quarta-feira, 14 de abril de 2010

O mercado do livro e o silêncio das gerações

Lau Siqueira

Em 2007 foi realizada a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, coordenada pelo Professor Galeno Amorim. Os resultados foram surpreendentes. Por exemplo, o escritor mais lido no Brasil é Monteiro Lobato e não Paulo Coelho. Entre os 30 mais lidos, encontramos Drummond, Raquel de Queiroz, Guimarães Rosa, Mário Quintana, Machado de Assis. Em suma, o melhor time da história da Literatura Brasileira. A Poesia chega a impressionar porque ocupa o terceiro lugar no ranking dos gêneros mais lidos e emplaca o poeta Vinícius de Moraes no quinto lugar entre os autores, de todos os gêneros, mais lidos. Em algumas regiões, como a região do Pajeú, em Pernambuco, a Poesia é o gênero de maior penetração. Logicamente que encantando com seus segmentos mais populares como o cordel e a cantoria de viola.

Ocorre que o mercado não responde no mesmo tom. Basta verificar as vitrines das livrarias e, pior, suas prateleiras. Na última sexta-feira, dia 9 de abril, estive em Brasília participando de uma atividade de trabalho e na hora do almoço procurei o shopping mais próximos para não ser esquartejado pelos preços do restaurante do hotel. Entre as lojas, havia uma filial (ou franquia, não sei) da Livraria Saraiva. Fiquei parado diante da vitrine, impressionado exatamente com o contraste em relação à pesquisa do Professor Galeno. Muitos livros sobre Chico Xavier, livros com títulos bisonhos que sequer busco na memória para uma citação neste momento e alguns best sellers, tipo Sidney Sheldon. Na vitrine inteira, um único título de Gilberto Freire. Não difere, aliás, das demais vitrines letais para a boa literatura.

Dentro da loja me senti ainda mais desconfortável. Na estante de literatura estrangeira, o espaço concedido para a poesia internacional não passava de um palmo. Do outro lado, a poesia brasileira recebia o mesmo espaço. Somente os monstros sagrados tipo Fernando Pessoa e Carlos Drummond, para me deter na nossa pátria nossa língua, interbrasileira. No mais, os livros técnicos que toda livraria possui e um lixo insuportável. No canto, com decoração atrativa para as crianças, livros infantis a peso de ouro. Uns razoáveis outros intragáveis para o menino que ainda sou. No entanto, uma isca poderosa para o consumo dos pequenos e das pequenas.

Fico impressionado com os rumos que vem tomando o mercado do livro no Brasil. Um mercado, diga-se de pronto, com uma lucratividade crescente, com números que impressionam. Muitos livros que não podemos crer que sejam recomendáveis. Na verdade, a grande maioria. Mas, o que mais impressiona é que as grandes feiras e as bienais também apontam para esta tendência. Lembro que em 2008 estive na Bienal de Fortaleza e fiquei desanimado com a quantidade de lixo espalhado nos stands. Também ano passado, na Feira do Livro de Porto Alegre, notei que o gigantismo da feira obedecia a mesma lógica. A Feira do Livro já não era a mesma de 25 ou 30 anos atrás, quando se encontrava Proust, nos balaios, a preço de bananas, em edições da lendária Editora Globo, com tradução de Mário Quintana.

O meu espanto gerou um artigo que acabou sendo contestado por alguns professores e professoras de Porto Alegre. Eles confundiram o meu espanto com o gigantismo da Feira, com alguma atrocidade contra uma cidade que me abrigou por muitos anos e com a qual ainda hoje mantenho um caso de amor. Os debates nos comentários do “Pele Sem Pele” acabaram desvirtuados, infelizmente. Pouco se refletiu sobre o que eu realmente disse, preocupado com o impacto da Feira do Livro na vida cultural e na formação cidadã da população da capital dos pampas. Confio nas palavras de Roland Barthes quando afirma que “a literatura contém muitos saberes” e justifico meus argumentos quando vou discutir políticas de leitura. Afinal, um bom romance, muitas vezes, traz um conteúdo antropológico, geográfico, histórico, ético. É tanto conhecimento contido em certas obras que me ponho a pensar o que gera nas pessoas a leitura de uma Zibia Gasparetto, por exemplo.

Não consigo calar sobre o que parece uma degeneração influenciando gerações inteiras. Afinal, creio que da mesma forma que a leitura de um Alejo Carpentier, um Jorge Luiz Borges, um João Gilberto Noll enriquece a alma leitora, não é possível que títulos como “Casais que enriquecem juntos” não sejam concebidos apenas para difundir a Lei de Gerson, num refrão ideológico dos piores dias da ditadura militar. “É preciso levar vantagem em tudo, certo?” Um atentado ético que me faz pensar se, realmente, a ditadura realmente acabou. Claro que não! Vivemos hoje a ditadura do mercado. No caso do livro, principalmente porque são raras as livrarias que tratam os autores como seres humanos. Muito especialmente os independentes que deixam lá seus livros em consignação. Lembro do poeta Chacal dizendo que deixava seus livros nas livrarias e depois “era recebido à dentadas pelo livreiro”.

Infelizmente a maioria dos escritores odeia discutir esse tema. Mesmo assim, todos tentam sobreviver aos apelos da eternidade, publicando na maioria das vezes com enorme sacrifício e, praticamente, sem muito resultado do ponto de vista da reparação dos custos. Mas, acho que já começa a se fazer sentir uma mudança de atitude. O escritor, no mais das vezes, gosta de se esconder na pele do intelectual. São raros os que se assumem profissionalmente como tal. A maioria é jornalista, professor universitário, tradutor, etc. Lembro uma vez iriam publicar poemas meus em uma revista e eu assinei apenas como poeta. A pessoa responsável pela edição me perguntava: “Mas, apenas poeta?” E eu respondia: “E você acha pouco?”

A brincadeira guarda um punhado de verdades ocultas e alguma mudança no final do túnel. Por esses dias, a AGES – Associação Gaúcha de Escritores estará discutindo a profissão do escritor. Refletindo sobre os entraves do mercado para o escritor gaúcho contemporâneo. Guerreiros como, o poeta Ademir Assunção, exigem que as políticas públicas para o livro contemplem também o escritor. Mas, parece que isso ainda não comove muito o poder público e, principalmente, os dragões do mercado que declaram desespero ao constatar queda nas vendas de um ano para o outro, sem divulgar o quanto engordam suas contas independentemente das lamúrias dos caras e das minas que habitam o ponto de partida da cadeia produtiva do livro. Parece mais que o empenho dos gigantes do mercado do livro é destruir de forma acelerada a Amazônia, derrubando árvores raras para publicar livros de conteúdo ralo.

Esse, entretanto, é um assunto do qual não podemos abdicar. Principalmente, porque muitos escritores não conseguem ainda pensar no fato da cidadania do escritor enquanto um profissional que gera economia, mesmo quando publica isoladamente e não vende um único livro. Afinal, seu esforço e suas economias geraram um investimento que irá, pelo menos, salvaguardar do abismo e do desemprego os funcionários da gráfica. Portanto, diante do apogeu do livro (e não da literatura) enquanto objeto de consumo, se faz sim necessário que escritores e bons leitores reflitam sobre o lixo do mercado e as suas implicações sobre a evolução do pensamento contemporâneo. É hora de reagir, de pensar coletivamente sobre o fator leitura/mercado. Antes que sejamos alijados da história da humanidade por tamanha inanição, por permitirmos que a gula da mediocridade resolva os desejos das novas gerações de acomodados.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Que a Paixão nos Oriente. (Uma breve leitura do espetáculo A Paixão da Sagrada Família)

Um elenco homogêneo em cena. (foto: Jeovan de Oliveira)


Lau Siqueira

Quando ainda dirigia a Fundação Cultural de João Pessoa, em 2008, lembro de ter recebido um telefonema do jornal Diário de Pernambuco que estava preparando um caderno especial sobre as encenações da Paixão de Cristo em todo o Nordeste. Logicamente que fui às bancas saber o que haviam publicado. Surpreendi-me positivamente quando percebi que a encenação de João Pessoa era colocada em destaque, juntamente com a de Recife e a de Nova Jerusalém. Comecei, então, a ter a dimensão do que a encenação paraibana da Paixão alcançara em termos de destaque regional, em tão pouco tempo. Sucesso de público e crítica em todas as encenações.

Na verdade, a Paixão de Cristo, a partir de 2005, passou a ter uma proposta muito definida. O teatro paraibano passou a ser a maior estrela. Não mais os globais de talento duvidoso e o público espremido e em pé. Agora todas as pessoas assistiam todas as cenas confortavelmente sentadas, com um olhar especial quanto à acessibilidade para portadores de necessidades especiais e terceira idade. Também, afirmava-se diante do grande público pessoense, a qualidade do teatro local e uma concepção de espetáculo totalmente local. Cada ano uma encenação diferente, selecionada através de edital público. Uma democratização à qual os artistas não estavam ainda acostumados.

Este ano, especificamente, creio que a Paixão de Cristo patrocinada pela FUNJOPE superou os seus próprios paradigmas. Uma proposta cênica bastante ousada do Grupo Graxa de Teatro, com direção e dramaturgia competente de Antônio Deol e direção musical de Marcílio Onofre. Destaco ainda a cenografia e a iluminação com rigor matemático e sensibilidade aguda de Jorge Bweres e a participação dos maquiadores Ailton Gomes, Dinart e Júnior Mermaid. Eles fizeram a diferença, com certeza. Tudo isso trouxe para a arena do Ponto de Cem Réis um espetáculo extremamente audacioso que, mais uma vez, transgrediu a geografia do oriente médio, não mais em direção ao sertão nordestino. Era o país dos samurais contando a história mais antiga e mais encenada de todos os tempos.

Como nos anos anteriores, a direção musical tem se mantido num destaque especialíssimo. Marcílio Onofre, o jovem maestro paraibano, confirma a tradição de uma cidade que se transformou no principal pólo brasileiro de produção de música erudita contemporânea. Uma produção que dialoga com a tradição, mas também se permite a invenção, incorporando elementos da música eletrônica, oriental, ocidental e popular universal, quando necessário. Tudo imensamente impregnado verdade e reinvenção do sublime. Marcílio, que ainda não completou 30 anos, integra uma legião de talentos do porte de um Eli-Eri Moura, Didier Guigue, Luiz Carlos Otávio e outros integrantes da COMPOMUS que se constitui hoje na principal grife da música erudita brasileira.

Penso que não é tarefa das mais fáceis criar circunstâncias estéticas originais alicerçadas na mais popular estória que a humanidade já produziu em todos os tempos. A ousadia de Antônio Deol, entrementes, permitiu que se conjugasse a universalização de um tema religioso, com elementos da tradição e da experimentação permanente, necessária a afirmação do bom teatro. A cultura oriental dialogou barbaramente com a proposta cênica do grupo Graxa. Talvez um dos momentos de maior tradução desta verdade, tenha sido a beleza com que foi concebida, por exemplo, a cena da Santa Ceia. Também a permanência do Jesus Menino e seus parentes coadjuvantes, na memória geral do espetáculo.

A feição religiosa tornou-se mero elemento de composição do processo criativo. Como diria Fayga Ostrower, “”cultura são as formas materiais e espirituais com que os indivíduos de um grupo convivem, nas quais atuam e se comunicam e cuja experiência coletiva pode ser transmitida através de vias simbólicas para a geração seguinte.” Creio que a transcendência em todos os sentidos alcançada pela encenação deste ano, nos permite uma análise bem mais decodificada, até mesmo sobre o fator cênico como elemento de transgressão permanente das culturas e dos costumes. Ao incorporar elementos audiovisuais muito bem instalados em cena, o Grupo Graxa inverteu a idéia de que seria o cinema a arte de maior profusão de linguagens. Talvez o assombro da vivência de um voyeur nos permita afirmar que o teatro, pelos diálogos que se permite, tenha assumido o status de maior plenitude entre as artes. Pelo que incorpora e pelo que escancara em termos de perspectiva.

Não sei como seria hoje um caderno especial sobre as encenações da Paixão de Cristo em algum jornal brasileiro ou mesmo de fora do país. Mas, certamente, a Cidade das Acácias passou a ser uma referência inventiva das mais importantes para grandes espetáculos de rua. Logicamente que pelo alto grau de profissionalismo alcançado pelo teatro paraibano e certamente, também, porque o Curso de Teatro da Universidade Federal da Paraíba já começa a transbordar pelos palcos da cidade, com uma qualificação que não é mais apenas produto do talento e da labuta individual. Depois de um espetáculo como este, lotando a arena do Ponto de Cem Réis, podemos concluir que é possível ir ainda mais longe. Seja individualmente, seja coletivamente.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Pensando sobre estética e ética em frente ao túmulo de Virgínius da Gama e Melo.

Por Lau Siqueira

Sábado passado acompanhei o sepultamento de um vizinho e, na espera do cortejo, acabei descobrindo o jazigo perpétuo da família Gama e Melo, onde está sepultado o poeta e intelectual paraibano Virgínius da Gama e Melo, falecido em 1975. Nome respeitado historicamente nos meios pensantes da Paraíba, Virgínius da Gama e Melo acendeu uma polêmica que ainda hoje movimenta até mesmo as estratosferas políticas, com reações raivosas dos segmentos mais conservadores da cidade. Na verdade, tornou-se até internacionalmente conhecida a magnífica obra de Jackson Ribeiro, “O Porteiro do Inferno”, atualmente localizada num dos dois principais anéis de acesso à Universidade Federal da Paraíba. Apesar de se tratar de uma obra abstrata que justamente por ser abstrata não traz uma mensagem, “O Porteiro” vem sendo alvo de sucessivas e patológicas sanhas conservadoras. Alvo de ataques de descarada hipocrisia. Alguns segmentos buscam, abertamente, dar uma conotação de política eleitoral (usando a via da religiosidade) ao debate estético que a obra propõe. Que se entenda definitivamente: não há feição religiosa na obra mais conhecida deste grandioso artista paraibano de Campina Grande, Jackson Ribeiro. É uma obra de vanguarda, abstrata.

Que não se aprecie arte de vanguarda até se admite. É normal, dado o caráter inevitavelmente provocativo de um tipo de arte que questiona a beleza em um mundo torto e injusto. Mas, buscar o sentido religioso para a análise estética, com objetivos claramente eleitoreiros é de um oportunismo patológico que não cabe mais no nosso tempo. Este tem sido o comportamento de alguns segmentos “deformadores de opinião” que prestam um desserviço ao desenvolvimento social e econômico do empobrecido Estado da Paraíba. Os absurdos que envolvem a existência consagrada da obra mais conhecida de Jackson Ribeiro é bastante emblemático. Ocorre que o título original era “O Homem Astronauta”. Numa observação mais atenta, você verá que se parece com os astronautas do projeto Apolo, que levou o homem na Lua, numa época pouco anterior a concepção da obra. Tudo ia muito bem, até que o poeta Virgínius decidiu, jocosamente, rebatizá-la como “O Porteiro do Inferno”. Pior (ou melhor): o apelido pegou mais forte que o nome de batismo. Desde então se iniciou uma injustificada perseguição não à memória de Jackson, também já falecido, mas à existência da obra em espaço público. Há décadas, acabou sendo arrancada do seu lugar original, com a desculpa infame de estar localizada nas proximidades de uma Igreja. Sabemos que os fiéis evangélicos não cultuam imagens sagradas. No entanto, estranhamente, alguns pastores parece que abominam uma obra abstrata. Seria problema dos evangélicos? Claro que não. O problema está no nível de desinformação ao qual o povo é submetido, por “deformadores de opinião” que na verdade apenas querem dar sustentação às posturas mais conservadoras e inadequadas à evolução dos tempos e a democratização da informação e da sociedade.

Recentemente, fiquei bastante estarrecido com declarações públicas do deputado federal Walter Brito Filho contra as obras de arte que estão sendo espalhadas pela cidade, pela Prefeitura, fruto de um edital lançado pela Fundação Cultural de João Pessoa, hoje ao comando do grande Chico Cesar. Numa ação fruto de um edital em homenagem a um dos maiores artistas plásticos brasileiros de todos os tempos, Jackson Ribeiro.Um jovem com idéias medievais o tal deputado. Não deve saber que Jackson foi um ícone da efervescência estética brasileira dos anos 60 e 70, com uma fina e segura influência da arte concreta e de outras linguagens futuristas. Um artista antenado com o seu próprio tempo e com o futuro da nossa cidade. Sua obra mais conhecida por aqui se referencia nacionalmente e até internacionalmente, mas é tristemente banida pela ignorância de alguns deformadores de opinião, como o deputado Walter Brito Filho.

Em plena era da comunicação, com novas mídias aflorando a cada dia, este deputado demonstra um enorme desconforto ético ao querer misturar arte com religião e, pior, com política partidária. Sabemos que interesses estão por trás disso: desgastar a imagem do ex-prefeito e pré-candidato ao Governo do Estado, Ricardo Coutinho. Afinal, é a política que movimenta os processos econômicos. É na política que os interesses populares confrontam os interesses dos grupos econômicos locais que, nos casos mais agudos, são de formação familiar e oligarca. Na verdade, ignorante confesso quanto às questões estéticas o deputado me faz lembrar o pensador Jürgen Habermas quando afirma que “a economia política nasce da filosofia moral”, no livro “A ética da discussão e a questão da verdade”. Logicamente, não vamos crer que a rejeição do deputado à Arte Pública venha de princípios religiosos, uma vez que ele ,como outros oportunistas descarados, coloca a religiosidade no seu curriculum político. Como se os cidadãos e cidadãs da cidade de João Pessoa, evangélicos ou não, não tivessem a capacidade de discernimento que o ralo entendimento do deputado propõe. O que está em jogo, entenda-se, é uma coisa chamada “economia política”

Mas o foco principal continua sendo Jackson Ribeiro e seu consagrado “O Porteiro do Inferno”.Uma obra magistral colocada pela Prefeitura de João Pessoa no acesso à Universidade Federal da Paraíba. Sabemos que “O Porteiro do Inferno” foi um “apelido” para uma obra que se chamava originalmente de “O Homem Astronauta”. Uma brincadeira do poeta e intelectual paraibano Virgínius da Gama e Melo. Assim como com algumas pessoas, o pseudônimo inventado pelo poeta ficou mais conhecido que o nome. Quando dizem que o nosso povo precisa de Educação, concordo plenamente com os que acreditam que a Educação não é papel exclusivo da escola. No caso, os setores informados que detém parte significativa do capital pedagógico do Estado precisam se posicionar contra o que fede a feudo.

NOVO É O ANO, MAS O TEMPO É ANTIGO

Não há o que dizer sobre o ano que chega. Tem fogos no reveillon. A maioria estará de branco. Eu nem vou ver os fogos e nem estarei de b...