Por Lau Siqueira
A Orquestra Sinfônica da Paraíba é um dos maiores patrimônios culturais do Nordeste. Nos últimos tempos passou por uma crise que balançou suas estruturas. Algo praticamente inevitável e que podemos atribuir a causas diversas. Então a bomba caiu nas mãos do Ministério Público. Havia um convênio absolutamente frágil mantido ano após ano, com a Universidade Federal da Paraíba. Todos sabiam: um dia a corda iria rebentar. Foi exatamente o que aconteceu nesta gestão. As incompreensões e as tensões diante do inevitável foram muitas. A tentativa incendiária de politizar os fatos, por exemplo. Foram muitas as pequenas tragédias seqüenciais. O fato é que o inexplicável continuava inexplicável. Tudo coberto por uma cortina de mágoas passadas. Todavia, chegamos no momento do necessário recomeço. Afinal, a OSPB é maior que qualquer governo e que qualquer interesse particular ocultado pelos bastidores.
O primeiro Concurso Público realizado
pela OSPB foi um ato de coragem do Governador Ricardo Coutinho e do Secretário
de Cultura, Chico Cesar. Era mesmo necessário zerar o jogo para um recomeço
seguro. Mas, entre erros e acertos, convenhamos, o saldo é positivo. Houve
determinação e coragem para mexer num vespeiro antigo. E houve,
certamente, mais barulho que quebradeira. A omissão dos governos anteriores
manteve um convênio viciado e a OSPB pagou um preço perdendo grandes músicos.
Todavia, ganhou uma força renovada com os concursados, aliados aos remanescentes.
Músicos experientes e dedicados. Até mesmo as mágoas abriram as janelas para um
novo tempo, para uma caminhada que recolocará novamente a OSPB entre as
principais orquestras do País. E para isso teremos um grande timoneiro.
Esse timoneiro é o maestro Luiz
Carlos Durier, cuja vida se confunde com a OSPB. Muito especialmente com a
Orquestra jovem. Ao contrário de outros que trocam a batuta pela suástica,
Durier tem inteligência emocional, sensibilidade e capacidade técnica para
conduzir a nossa Sinfônica. O caminho de volta para posicionar-se entre as grandes
orquestras está assegurado. Afinal, a OSPB contará com o suporte necessário e
terá a seu dispor uma das mais modernas salas de concerto do país, a partir da
reabertura de um Espaço Cultural também renovado e arejado em suas funções de
aglutinar o melhor da arte paraibana. Parece-nos que a OSPB já estava se
acostumando à precarização, governo após governo. Mas, depois do Governador Tarcísio
Burity que deu à Orquestra a importância merecida, estamos novamente com as
portas abertas para vivenciar o futuro. Sejamos testemunhas de uma história que,
em breve, se resumirá em uma palavra: Bravo!
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