quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Vi pessoas acompanhando ansiosas o resultado do desfile no RJ por conta da Tuiuti (que eu nem conhecia). Emoções legítimas. Respeito profundamente, mas, por quê deveríamos esperar resultado? A Escola deu o recado. Fez um enredo expondo a triste realidade brasileira. A Tuiuti sambou na cara dos golpistas, dos patos de franja, dos canalhas que sempre usufruíram do que dizem condenar, Ponto final. A Beija- Flor venceu, mas não conquistou um quarto da visibilidade que a Tuiuti conseguiu fazendo uma crítica bastante ácida e certeira ao desmantelo brasileiro. Foi positivo dizer ao mundo que a alegria e a anarquia do carnaval nem sempre acaba em samba. Às vezes, como foi o caso, apenas começa.
No mais, mesmo não vencendo o carnaval o desfile da Tuiuti lavou a alma de uma multidão silenciosa que deveria agora perceber que a vida não é só carnaval. O Ano Novo começou. Não precisamos de heróis ou de mitos, mas de democracia. Aliás, com a certeza da impunidade e dos privilégios dos que sempre tripudiaram da vontade, do sonho de sermos um país mais justo. Democracia se defende nas passarelas e corredores, como fez a Tuiuti, mas é nas ruas que o bicho pega. No local de trabalho, na fila do supermercado... A votação das escolas pouco importa diante das votações no Congresso, onde nosso país está se desintegrando todos os dias com resistências cada vez mais escassas. Que tal descermos imediatamente do carro alegórico para impedir o avanço da calhordice institucionalizada.
A imagem do vampiro jamais será esquecida. A Tuiuti foi muito além do juri. Bateu de vara de marmelo na bunda dos patos paneleiros.

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