Por Lau Siqueira
Texto que será publicado no Jornal A União da próxima sexta-feira.
Quando as intenções não são as melhores a primeira vítima é a verdade.
Apesar da absoluta falta de fundamento, a falácia do fechamento de escolas permanece
em alguns blogs. Imaginem o caos que seria o fechamento de trezentas e onze escolas
na Paraíba. Como seria possível fechar
escolas e manter os alunos em sala de aula? A mentira é tão descarada que
sequer em relação ao número de escolas esses inimigos da educação pública chegam
a uma conclusão. São trezentas e onze, cento e sessenta e uma ou duzentas e
cinquenta? Não é isso que importa aos que buscam apenas distorcer a realidade.
Se dez escolas fossem fechadas, sem motivo algum, já teríamos um escândalo. Por
que será que a Rede Globo perdeu essa pauta tão “grave”? O Ministério Público
estaria literalmente desmoralizado enquanto instituição de defesa da sociedade
se calasse diante de tamanho descalabro. Afinal de que serviria o MP se
permanecesse alheio ao fechamento de escolas? Ou seja: estão zombando da
capacidade de mental do povo paraibano.
Na verdade é ao reordenamento escolar que se referem. Algo legal e
necessário na busca de uma educação de qualidade. Foram duzentas e vinte e três
as escolas submetidas ao reordenamento escolar. Destas, 12 eram escolas
geminadas. Ou seja, duas escolas estaduais funcionando no mesmo prédio. Neste
caso, a secretaria de educação encerrou uma das unidades e manteve o
atendimento. Foram encontradas vinte escolas paralisadas há anos, mesmo assim
mantendo um quadro de funcionários. Dezenove Unidades de Trabalho possuíam dois
registros na secretaria de Administração e no SAP – Sistema de Acompanhamento
de Pessoal, Mesmo que não possuíssem registro no EDUCACENSO. Duas escolas foram
municipalizadas por atenderam os primeiros anos do Ensino Fundamental.
Mas, isso não é tudo. Cento e setenta escolas foram mesmo fechadas.
Algumas delas funcionando na casa do professor com um ou com pouquíssimos
estudantes. Outras tinham sérios problemas de infraestrutura. Falta de
banheiro, de janelas, divisões de salas feita por armários e coisas do tipo.
Quarenta e seis dessas escolas funcionavam em uma ou duas salas de escolas
municipais e em apenas um turno. Depois do reordenamento a Secretaria de
Educação do Estado da Paraíba fez a municipalização de quarenta e sete escolas
em trinta e dois municípios, realizando
convênios e repassando recursos. Por que escola para os filhos do povo tem que
ser desse jeito? Por que alguns políticos tem a cara de pau de defender esse
quadro tão caótico? Como obter bons resultados na Educação maquiando dados? Qualificar
a escola pública é uma obrigação de qualquer governo e a secretária de
Educação, Professora Márcia Lucena, sabe disso.
Texto que será publicado no Jornal A União da próxima sexta-feira.