Por Lau Siqueira
Existem consensos que parecem inúteis. Não se configuram com maior amplitude, apesar do amplo reconhecimento. As ações de incentivo à literatura e leitura são o melhor exemplo. Não há quem discorde de algumas verdades: o hábito da leitura melhora a qualidade do ensino porque torna o alunado mais ágil no mergulho do conhecimento; o hábito da leitura eleva o nível da consciência cidadã, pois o leitor estabelece uma perspectiva mais nobre para a sua vida e desenvolve um inevitável senso crítico. Certamente estamos falando aqui, não de doutrinação, mas de libertação. O hábito da leitura e mais ainda, da boa literatura, independentemente de gênero ou estilo, oferece uma possibilidade concreta de elevação da qualidade de vida. Segundo Antônio Cândido, a literatura deveria ser considerada um dos direitos humanos.
Existem consensos que parecem inúteis. Não se configuram com maior amplitude, apesar do amplo reconhecimento. As ações de incentivo à literatura e leitura são o melhor exemplo. Não há quem discorde de algumas verdades: o hábito da leitura melhora a qualidade do ensino porque torna o alunado mais ágil no mergulho do conhecimento; o hábito da leitura eleva o nível da consciência cidadã, pois o leitor estabelece uma perspectiva mais nobre para a sua vida e desenvolve um inevitável senso crítico. Certamente estamos falando aqui, não de doutrinação, mas de libertação. O hábito da leitura e mais ainda, da boa literatura, independentemente de gênero ou estilo, oferece uma possibilidade concreta de elevação da qualidade de vida. Segundo Antônio Cândido, a literatura deveria ser considerada um dos direitos humanos.
Logicamente que não queremos mascarar a realidade da
indústria editorial globalizada, onde a concentração de riquezas dita as
regras, com o apoio incondicional da legislação brasileira e da Fundação
Biblioteca Nacional. Também não queremos confundir “apoio à leitura e
literatura” com os megaeventos da indústria editorial ou com os seminários e
conferências de sacralização dos escritores. Poucos empreendimentos culturais
apontam para a necessária formação de leitores. A Feira Binacional do Livro de
Jaguarão-RS, começa a ter essa preocupação a partir da sua quarta edição que
acontecerá entre novembro e dezembro deste ano. A Feira do Livro de
Boqueirão-PB, vai na mesma direção. A tradicional Jornada de Literatura de
Passo Fundo-RS vem trabalhando esta perspectiva, com a difusão das obras dos
autores convidados. Esses formatos, no entanto, são raros.
Neste frio inverno de Porto Alegre, os editores
gaúchos organizados decidiram dar um importante passo para a sua própria
sobrevivência. Organizaram a 1ª Festa da Leitura aconteceu semana passada, entre
os dias 2 e 9 de julho, no charmoso Mercado Público de Porto Alegre. Um evento
que busca incrementar a formação de professores e bibliotecários, principalmente.
Profissionais que atuam como mediadores
entre o leitor e a obra literária. A 1ª Feira da Leitura apresentou uma programação
com oficinas de mediação e atividades de incentivo à leitura. Contação de
história, leitura silenciosa, leitura em público, leitura em Braille e libras,
leitura com música, leitura com teatro, leitura em grupo, direcionadas para adultos
adolescentes e crianças estavam disponíveis ao público.
A organização contou com uma estrutura muito
reduzida e certamente com um orçamento modesto. Com alguns importantes apoios
institucionais, o Clube dos Editores do Rio Grande do Sul deseja transformar a
Festa da Leitura numa ação continuada. Aqui na Paraíba, alguns abnegados servidores
municipais estiveram empenhados na elaboração de um projeto semelhante,
reunindo as experiências já existentes. Depois que o prefeito Luciano Agra
decidiu desestruturar a administração em nome dos seus interesses pessoais e
ressentimentos políticos, a iniciativa deverá migrar para alguma instituição
independente e, certamente, suprirá esta lacuna nas iniciativas de cunho
cultural e cidadã que podem fazer a diferença para as futuras gerações de paraibanos.
A forte convicção de uns poucos, certamente, mais uma vez fará história.
Texto que será publicado na próxima quinta-feira, na minha coluna do Jornal A União.
Texto que será publicado na próxima quinta-feira, na minha coluna do Jornal A União.
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