sábado, 17 de março de 2018

pipoca BOKUS

Estava escorado num poste depois do almoço, lendo um livro em pleno centro de João Pessoa. Buzinas, pessoas, gritos de camelôs... Tudo era paisagem e passagem. Tudo era viagem. O que perturba o silêncio geral, de alguma forma, não me incomoda. Aprendi a conviver no caos urbano. Outras coisas me incomodam mais, muito mais. Enfim... Gosto de ler Umberto Eco em qualquer circunstância. Me faz bem ler um bom texto,reconhecer ideias claras e refletir sobre elas. Ele fala dos livros, da verdade, da memória, mas o que eu leio é a minha própria vida. Nesse tempo de turbilhões seletivos, encantamentos diluídos, amores estrangulados num posto de gasolina e as pipocas Bokus sorrindo no fiteiro. O que importa é termos uma síntese de tudo. A síntese da tempestade revela a intensidade do vento. Isso não irá garantir a brisa, mas permitirá ao navegante ratificar o rumo, manter o leme. Afinal, navegar é preciso. Aliás, navegar é pessoanamente preciso. Mas, viver, às vezes, é impreciso demais. Estamos sempre em busca da nossa verdade suprema. Exigimos demais das nossas fragilidades. Pelo menos boa parte de nós. Todavia a verdade, seja qual for, se perde quase sempre numa infinidade de fontes, de nascentes e de sínteses. Por isso tenho algumas poucas verdades e sempre desconfio delas. E não me pergunte mais nada.

Um comentário:

Igor Gregório disse...

Não sei se é ilusão minha, mas os inconformados tem muito poucas verdades. Disso eu também compartilho, fora a pipoca BOKUS. Abraços.

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