A divulgação do resultado do IDEB – Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico mostra um diagnóstico terrível da Educação em nosso país, mas também aponta caminhos. O fundamental é percebermos que os resultados não são responsabilidade exclusiva das gestões municipais, estaduais e federal da Educação. A sociedade precisa assumir o seu papel e cobrar, mas também apontar soluções. Muitos fatores podem fazer a diferença. Sobretudo a criatividade dos profissionais e o envolvimento da comunidade. Em São Mamede temos uma situação curiosa. Enquanto a Escola Estadual Seráfico da Nóbrega bombou com 5.8, alcançando a maior nota na Paraíba a Escola Estadual Napoleão Nóbrega ficou com nota 2.9. Qual será o fenômeno que separa de forma tão acentuada o nível de ensino de duas escolas estaduais no mesmo município?
Ainda sem respostas para a questão acima lembro a
escola que aparece em primeiro lugar no ranking nacional - Escola Municipal Carmélia Dramis Malaguti,
em Itaú de Minas - MG, com nota 8,6.
Segundo a diretora, Maria Rodrigues além do trabalho com os profissionais do
ensino a gestão participativa e o compromisso com a leitura são os segredos do
bom desempenho. Quando a comunidade participa, quando os pais são
convocados e comparecem, quando a escola desenvolve o incentivo à leitura os
resultados chegam naturalmente. Este é o resumo da ópera. A leitura, no entanto, aparece como um elo
fundamental. Segundo Roland Barthes, a Literatura contém muitos saberes. Ele
cita exemplos como o clássico Robinson Cruzoé de Daniele Defoe, onde a
História, a Geografia, a Antropologia e a Filosofia se aparecem de forma
natural. Esta é uma verdade incontestável que precisa ser considerada.
(Publicado no Jornal da Paraíba do dia 26 de Agosto de 2012 - domingo)
(Publicado no Jornal da Paraíba do dia 26 de Agosto de 2012 - domingo)
As políticas de incentivo a leitura estão postas
pelo MEC e pelo MinC. O investimento em
livros tem sido volumoso. O Brasil é o décimo produtor de livros e o MEC é o 3°
maior comprador de livros do mundo. O que as direções das escolas mal
posicionadas no IDEB precisam explicar é a falta de acesso aos livros pelos
estudantes. Falta pessoal ou faltam recursos? Nada disso. Certamente, faltam boas
iniciativas para a formação de leitores críticos. O exemplo de São Mamede é
emblemático. Uma circunstância que precisa ser apurada. Desconfio muito do que
provoca a diferença entre essas duas escolas sob a mesma gestão estadual. Certamente
que a efetivação de políticas públicas de incentivo à leitura e uma gestão cada
vez mais participativa pode fazer a diferença. Esta é apenas uma provocação,
pois o desafio está posto e os caminhos para uma educação de qualidade estão
cada dia melhor definidos. A realidade não muda por decreto e a vontade de
muitos pode e deve fazer a diferença para as futuras gerações.
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