Confesso que fiquei
otimista com as primeiras declarações do futuro Diretor Executivo da Fundação
Cultural de João Pessoa – FUNJOPE. Maurício Burity teve uma passagem rápida
pela Fundação Espaço Cultural – FUNESC, mas deixou uma imagem muito positiva.
Sua convivência com o meio cultural foi tranquila. Sua indicação, portanto, deve
ser vista com os olhos da esperança. Não contenho a alegria de vê-lo preocupado
com a revitalização de um projeto importante para a cidade, como o Circuito Cultural
das Praças. Um ancoradouro generoso para a política descentralizada, anunciada
pelo novo executivo da Fundação. Mesmo na gestão do PSB, o Circuito andava
carecendo de ajustes. O que é natural em um projeto de tamanha complexidade
e magnitude. Sua supressão foi um alerta sobre os rumos que a Fundação estaria
tomando. Ainda bem que não passou de um susto.
O Circuito Cultural das
Praças nasceu na gestão cultural do ex-prefeito Ricardo Coutinho e serviu para
estabelecer uma relação importante com a cultura feita nos bairros. Um projeto
que popularizou a FUNJOPE. Encantava-nos,
por exemplo, a Orquestra de Violões tocando Villa-Lobos na Praça do Coqueiral.
Ou mesmo uma plateia atenta adiante um solo de tímpanos na Praça da Paz. Foram
incontáveis os momentos sublimes vividos pelo Circuito, seja com lapinhas, bandas
de rock, grupos de dança, circo, música popular, teatro de rua, teatro de
bonecos, etc.. Começava ali um processo
de descentralização das ações culturais. A sinalização do novo gestor,
portanto, dialoga com a história cultural da cidade. Afinal, o circuito
Cultural das Praças é herdeiro de projetos não menos importantes como Fala
Bairros e Araponga.
A supressão de ações
culturais importantes como o Dia de Brincar, Circuito Cultural das Praças,
Música do Mundo deixou a comunidade cultural de olho vivo. Inclusive até mesmo
uma Virada Cultural (paulista da gema) estava anunciada. Por isso, as
revelações do novo Diretor Executivo da Fundação precisam ser celebradas. Revelam,
sobretudo, capacidade e disposição de diálogo com a cidade. Algo imprescindível,
pois a FUNJOPE trabalha com arte erudita, mas também com a Capoeira, a cultura
dos Mestres Pindoba, Carboreto e Mané Baixinho. Cirandeiros do Vale do Gramame,
Ateliê Nai Gomes, Balaio Nordeste e Coletivo Mundo. Enfim, as cartas estão na
mesa. O Movimento Cultural pessoense sabe o que quer. Gestão cultural não é fácil.
Esperamos que um novo e produtivo ciclo esteja começando. Nossa saudação ao Maurício
Burity. Sua credibilidade e capacidade empreendedora serão fundamentais para embalar
os dias que estão por vir. Sangue novo, ideias novas, novos saberes. No mais,
Boas Festas ao povo da cultura!
Esse texto será publicado na minha coluna, no Jornal da Paraíba do próximo domingo.
Esse texto será publicado na minha coluna, no Jornal da Paraíba do próximo domingo.
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