Por Lau Siqueira
Um roteiro de turismo Paraíba afora está muito além de
um litoral paradisíaco. O Sertão também conta com belezas escondidas e únicas. Lugares
onde o Sol e a Lua dimensionam com nitidez os movimentos e as cores do dia e da
noite. Nem mesmo o clima quente e seco diminui o encanto. Ao contrário, o clima
é um dos mais fortes elementos na sedução sertaneja. Serras íngremes e vales imensos
fazem parte de uma paisagem onde nascem e se espalham as cores do arrebol e do poente.
Uma dessas preciosidades, certamente, pode ser encontrada na Estância Termal de
Brejo das Freiras, no município de São João do Rio do Peixe, localizada há 478
quilômetros de João Pessoa. Uma distância que vale a pena ser percorrida até mesmo
pelo que pode revelar no meio do caminho.
O Parque dos Dinossauros, por exemplo. Um equipamento totalmente
revitalizado pelo Governo do Estado.
Às vezes comento com
amigos acerca do que perdem alguns nordestinos em relação à exploração
turística e cultural da Paraíba. Escolhem a beleza artificial de Gramado e não
conhecem Areia, Bananeiras, Monteiro, Serra da Raiz, Cabaceiras e outros
municípios que oferecem opções diversificadas para um agradável passeio. No
Sertão não é diferente. Em especial na Estação Termal de Brejo das Freiras,
onde encontramos um hotel extremamente aconchegante, com excelente atendimento e boa comida. Que o
digam Jane e Helena, que cuidam do atendimento e da cozinha. Administrado pelo
poeta Nivaldo Amador o Hotel de Brejo das Freiras possibilita o contato direto
com a natureza. Tudo com muita naturalidade e conforto. Inaugurado pelo Governo
do Estado em 1944, o hotel mantém-se de pé e conservado. O fato contraria a
ideia de que esse tipo de equipamento precisa ser privatizado para ter funcionalidade.
A descoberta das fontes de águas termais em Brejo das Freiras remonta
ao ano de 1719 quando uma expedição comandada por um cidadão chamado Manoel Garro,
com objetivo de quebrar a resistência indígena, avançou pelo Sertão realizando
a grande descoberta. Nas escavações do hotel, mais precisamente onde foi construída a piscina, encontraram
uma ossada de dinossauro que ainda hoje está exposta no Museu Nacional do Rio
de Janeiro. Fatos semelhantes, ainda hoje despertam a expectativa de pesquisadores
em diversas áreas, especialmente na arqueologia. Os milênios passados e a
estrutura geográfica da região, além das suas belezas naturais, guardam a
história do mundo. A exploração daquela região e, especialmente, do Brejo das
Freiras, ainda é uma opção barata e agradável tanto para a realização de
pesquisas quanto para desfrutar das belezas, das evocações curativas ou da
tranquilidade reinante no Brejo das Freiras.
Artigo publicado no Jornal A União, 12.09.14
Artigo publicado no Jornal A União, 12.09.14
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