Por Lau Siqueira
texto que será publicado no dia 24 de outubro, no Jornal A Uniao.
Que a Paraíba sempre
foi um celeiro de grandes artistas e intelectuais, ninguém duvida. De Pedro
Américo ao jovem Thiago Verde. Passando por Jackson do Pandeiro, Sivuca, José
Lins do Rego, Augusto dos Anjos, Alexandre Filho, Miguel dos Santos e tantos
outros em diferentes épocas e estilos. Na música, principalmente, sempre fomos
soberanos. São inúmeros cantores, cantoras, bandas, compositores de
incontestável qualidade. Alguns já reconhecidos pela mídia e pela crítica e
outros ainda não.
A Primeira Coletânea do
projeto Music From Paraíba foi lançada no ano passado na WOMEX, a maior feira
de música do mundo. Além da capa primorosa feita pelo artista visual sertanejo
Shiko, mostrou ao mundo o trabalho de vinte artistas selecionados pelas vias de
um edital público. Lá estão Sandra Belê, Seu Pereira e Coletivo 401, Beto
Brito, Os Gonzagas e outros artistas. Este ano foram setenta e um artistas
selecionados para a segunda edição. São quatro discos num encarte com dimensão
de LP, cuja arte da capa é assinada por Silvio Sá. Aliás, Silvio já desponta
como uma promessa nas artes visuais paraibanas. A diversidade de gêneros e a
colheita nas mais diferentes regiões do Estado revelam uma coletânea
extremamente representativa da nova música paraibana.
Idealizado e
desenvolvido por Arthur Pessoa, coordenador de música na Fundação Espaço Cultural
da Paraíba, o projeto acabou se revelando também uma ação de circulação musical
na terra de Chico Cesar e Lúcio Lins. Desde o dia 24 o álbum está sendo
distribuído para produtores do mundo inteiro também na WOMEX que, este ano,
está sendo realizada em Santiago de Compostela, na Espanha. No próximo dia 9 de
novembro o projeto será lançado aqui em João Pessoa, pela SECULT-PB e pela
FUNESC, no Teatro de Arena do Espaço Cultural. Será o começo de mais uma longa
e produtiva jornada na contramão de um mercado fonográfico cada vez mais pasteurizado
e mumificado pelas suas lucrativas razões. A FUNESC sustenta este projeto como uma
ação de resistência cultural contra a globalização da mediocridade. Uma ação pública
contra a barbárie do mercado.
É tempo de sonhar mais
e realizar mais. Tempo de acreditar que as políticas públicas de cultura no
Estado da Paraíba podem impulsionar o desenvolvimento do setor em todos os sentidos.
Inclusive na base da economia da cultura numa terra cuja identidade é a
criatividade o seu povo. A Paraíba pode se firmar como a Áustria brasileira
neste terceiro século da era Cristã. Projetos como o Music From Paraíba revelam
a potencialidade dos artistas para uma contribuição fundamental nos processos
de desenvolvimento do Estado. Esta aposta, aliás, é muito segura.
texto que será publicado no dia 24 de outubro, no Jornal A Uniao.
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