Por Lau Siqueira
Todavia, ainda convivemos com a criminosa compra de votos. Também com a impunidade de políticos representantes da elite. Vivemos num tempo de desigualdades gritantes e preconceitos letais como o racismo e a homofobia. Estamos, pois, distantes de uma democracia verdadeira. Mas é este o destino do Brasil e da Paraíba. Temos um caminho já percorrido que diminui a distância entre os mais ricos e os mais pobres. Portanto, ainda não somos uma democracia plena. O rumo desta eleição nos mostra que somente os interesses particulares ou corporativos sustentam qualquer tipo de dúvida.
Texto que será publicado na página 2 do Jornal A União, em 17 de Outubro de 2014.
O poeta Mário Quintana
tinha uma frase interessante sobre a democracia. Para ele “democracia é dar a
todos o mesmo ponto de partida. A chegada depende de cada um.” Em Porto Alegre
vi Mário em passeatas do Sindicato dos Jornalistas do RS por ocasião do
fechamento do Jornal Correio do Povo. A redação inteira estava demitida.
Inclusive o poeta. Certamente Mário nunca foi um militante. Em alguns momentos
se posicionava de forma bastante conservadora. No entanto esta frase é tão emblemática
quanto outra da sua campanha para a Academia Brasileira de Letras, quando disse:
“a ABL é um tipo de associação recreativa e funerária.” Certamente com isso o
poeta perdeu os votos que não teria.
O fato é que o voto
livre e direto é uma conquista e um direito. A luta pelas Diretas Já foi uma
das principais lutas do povo brasileiro. No entanto entre o voto e a democracia
existe um hiato. Nossa democracia ainda é frágil. Ainda não temos o mesmo “ponto
de partida” para todos. Estamos alavancando o futuro após 500 anos de
favelização do país, de institucionalização da miséria enquanto instrumento de poder
político. Mas precisamos reconhecer. Finalmente o Brasil saiu do mapa da fome
feito pela ONU. Estamos caminhando para uma democracia. Aos reconhecer seus
direitos e seu papel, aos poucos, o povo vai compreendendo seu papel neste novo
cenário. O Nordeste e, especificamente a Paraíba, começaram um caminho sem
volta para o desenvolvimento.
Todavia, ainda convivemos com a criminosa compra de votos. Também com a impunidade de políticos representantes da elite. Vivemos num tempo de desigualdades gritantes e preconceitos letais como o racismo e a homofobia. Estamos, pois, distantes de uma democracia verdadeira. Mas é este o destino do Brasil e da Paraíba. Temos um caminho já percorrido que diminui a distância entre os mais ricos e os mais pobres. Portanto, ainda não somos uma democracia plena. O rumo desta eleição nos mostra que somente os interesses particulares ou corporativos sustentam qualquer tipo de dúvida.
Por outro lado, não
podemos esquecer que a extrema-direita avançou nestas eleições. O fascista
declarado Bolsonaro já adiantou que será candidato a presidente nas próximas eleições.
Na região mais rica do país as urnas revelaram as mais desagradáveis surpresas.
Por isso o Nordeste precisa se posicionar firme. Juntamente com os demais
segmentos populares do país. No caso específico da Paraíba temos escolhas casadas
e em campos ideológicos muito bem definidos. Não existe espaço para o meio
termo. Não existe espaço para as posições covardes dos que se escondem da
própria verdade. Mais do que nunca, “é
preciso estar atento e forte”.
Texto que será publicado na página 2 do Jornal A União, em 17 de Outubro de 2014.
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