quarta-feira, 13 de maio de 2015

O escândalo que a imprensa omite

Por Lau Siqueira

O Instituto Cultural Béradêro é uma coisa linda de se ver. Fica no sertão paraibano. Mais precisamente em Catolé do Rocha. Na Praça de Guerra do Chico Cesar. É um polo regional importante. Daqueles que extrapola a fronteira do Estado porque tem uma tradição imensa na cultura e na história nordestina. Mesmo assim não escapa.  Já começa a padecer as mazelas urbanas do terceiro milênio. Todavia a cidade foi absorvendo com êxito algumas políticas sociais importantes. Uma delas é o PRIMA – Programa de Incentivo à Música e as Artes implantado na primeira gestão do governador Ricardo Coutinho. O projeto Xique-xique, por outros caminhos, vai na mesma direção. Mas, o “Projeto Béradêro”, criado há vinte anos, assim como o PRIMA, forma cidadãos e cidadãs através da música e das artes.

Quem se interessa em soluções brasileiras para o Brasil não pode deixar de conhecer de perto o Instituto Béradêro. Lá os jovens aprendem não apenas a tocar instrumentos eruditos e populares, ou a conviver com as tecnologias. Aprendem os aspectos profissionais da arte e, sobretudo, recebem diariamente lições de humanidade. Já passam de mil os jovens beneficiados. Alguns deles com a carreira já assegurada na vida. Por tudo isso o Béradêro é uma experiência que precisa ser multiplicada. No entanto, corre o risco de ser mais uma vítima da corrupção cotidiana que, neste país, é lembrada apenas quanto vira manchete.


Estamos enojados de assistir na TV, ler nos jornais e portais novidades surradas sobre a operação Lava-jato. Imaginem o que significaria para o Brasil se os milhões desviados pelos marginais de gravata tivessem sido aplicados em projetos semelhantes ao Béradêro e não em Bancos da Suiça.  Os trabalhadores da Petrobrás estão com as barbas de molho. Sabem que também estão seriamente ameaçados. Logo eles que fazem desta empresa um símbolo do país. Mas, não só eles. O próprio futuro do Brasil está em xeque. Algum instrumento jurídico ou divino deveria obrigar a empresa a manter seus projetos sociais em qualquer circunstância.  Mais que isso: fazer com que o dinheiro desviado  retorne aos cofres da empresa com destino aos béradêros espalhados por aí. Caso contrário vamos continuar celebrando a barbárie nossa de cada dia, estrangulando esperanças na frente da TV.  

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